Pai de jornalista que teve áudio vazado denunciou ligação de clã Bolsonaro com milícia no RJ

Da Fórum - Vencedor de 6 prêmios Esso de Jornalismo, professor da Puc-Rio, co-autor do livro “Os Porões da Contravenção” - que mostra a ligação da ditadura militar com o jogo do bicho – e um dos repórteres investigativos mais respeitados do país, Chico Otávio é um dos responsáveis por mostrar a ligação do clã Bolsonaro com as milícias no Rio de Janeiro.

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Em reportagem no dia 22 de janeiro, após deflagrada a operação contra a mílicia Rio das Pedras, Chico Otávio publicou reportagem em O Globo revelando que “os dois principais alvos da Operação Intocáveis , o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega e o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, foram homenageados, em 2003 e 2004, na Assembleia Legislativa do Rio por indicação do deputado estadual Flávio Bolsonaro”.

Na reportagem, o jornalista diz ainda que “os dois são suspeitos de integrar o Escritório do Crime, um grupo de extermínio que estaria envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL)”.

Áudio fake

Chico Otávio é pai da repórter Constança Rezende, do jornal O Estado de S.Paulo, que teve áudio de uma conversa em inglês distorcido e vazado neste domingo (10) pelo Twitter por Jair Bolsonaro, que citou nominalmente o jornalista d’O Globo.

Na publicação, Bolsonaro afirma que ela “diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o impeachment do presidente” e ataca a imprensa. “Ela é filha de Chico Otavio, profissional do ‘O Globo’. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos”.

Na gravação, no entanto, Constança fala sobre as denúncias do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Na conversa, em inglês, a repórter avalia que “o caso pode comprometer” e “está arruinando Bolsonaro”. Em nenhum momento declara que seria sua intenção arruinar o governo.

Em nota, o jornal O Estado de S. Paulo diz que a fake news foi distribuída pelo site bolsonarista Terça Livre. O site publicou que a suposta declaração teria sido dada segundo “denúncia” de um jornalista francês, em uma conversa gravada.

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