Fatos e dúvidas sobre a suposta relação entre Bolsonaro e o assassinato de Marielle - Por Thais Moya

A doutora em sociologia Thais Moya compilou fatos que abrem ainda mais questionamentos sobre a suposta relação entre a família Bolsonaro, as milícias do Rio de Janeiro e o assassinato de Marielle Franco.

1) Ronnie Lessa é um dos melhores assassinos profissionais do país (quiçá, o melhor), temido pelas milícias e membro do conhecido Escritório do Crime, uma empresa que mata por encomenda por preços milionários;

2) Adriano da Nóbrega (foragido), também miliciano, é o chefe do Escritório do Crime. Sua mãe e irmã trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, o primogênito do presidente;

3) Bolsonaro discursou, no plenário da Camara, em defesa de Adriano, em 2005, logo depois que ele foi condenado por homicídio;

4) Dois anos antes, 2003, Flávio Bolsonaro, concedeu a mais importante medalha de honra do estado fluminense ao mesmo Adriano;

5) Lessa e Queiroz, presos ontem, estão sendo investigados pelas polícias fluminense e Federal desde o semestre passado;

6) Dogde, Procuradora-Geral da Republica, recebia relatórios frequentes da investigação;

7) General Heleno é Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil, ou seja, tem acesso à toda Inteligência nacional;

8 ) O mesmo General Heleno passou os últimos meses alardeando que Bolsonaro corre enorme risco de atentado contra sua vida;

9) Segundo a Folha, é possível ver o quarto da caçula de Bolsonaro da varanda da casa do miliciano Lessa, especialista em tiro/fuzil;

10) Há meses, a PF investiga a facada contra Bolso em Juiz de Fora;

11) Bolsonaro faz questão de acompanhar a investigação, e repetiu, várias vezes, que acredita que Adélio não agiu sozinho;

12) Bolsonaro tem equipe de segurança de excelência presidencial há pelo menos 2 meses e meio;

13) Bolsonaro afirmou, hoje, que não se lembra de Lessa, seu vizinho, de poucos passos, há anos.

Ficam, portanto, as perguntas: você acredita em Bolsonaro?

Acha mesmo que ele não sabia ou não foi avisado que o quarto de sua filha estava vulnerável à mira de um matador de aluguel?

Faz algum sentido a PF, PGR e GSI permitirem que o presidente eleito e sua família vivesse sob ameaça iminente de um miliciano altamente perigoso, que mata por encomenda?

O que está sendo omitido que pode explicar o fato de toda Inteligência e Forças do país concluírem que Lessa não é uma ameaça a Bolsonaro e sua família?

*Thais Moya é doutora em Sociologia

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