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Missa de sétimo dia de Rita Lee emociona fãs na Paróquia São Pedro e São Paulo. A cerimônia aberta ao público e transmitida ao vivo pelo YouTube reuniu familiares, amigos famosos e mais de 200 fãs.

O padre Marcelo Leite ressaltou a importância de honrar a memória de Rita Lee com alegria, destacando que a eucaristia era um momento para fortalecimento, animação e consolo. Ele expressou sua admiração pela cantora e revelou que a música "Ovelha Negra" tinha um significado especial, sendo uma fonte de inspiração para muitas famílias.

Assista a gravação da missa

A presença de amigos famosos também marcou a cerimônia, com Pitty, Astrid Fontenelle e Marisa Orth entre os presentes. Marisa Orth expressou seu pesar por não ter comparecido ao velório, devido a uma doença, e enfatizou a importância de Rita Lee em sua vida.

A morte de Rita Lee, anunciada nas redes sociais no dia 08 de maio, trouxe tristeza para seus fãs em todo o país. A cantora lutou contra um câncer de pulmão desde 2021 e faleceu em sua casa, cercada pelo amor de sua família. O velório, realizado no Planetário do Parque Ibirapuera, foi um momento de despedida marcado por emoções.

Rita Lee a rainha do rock do Brasil

Rita Lee, considerada a rainha do rock nacional, deixou um legado imensurável na música brasileira. Mesmo durante o tratamento contra o câncer, ela lançou seu último single, "Changes", em parceria com o marido Roberto de Carvalho e o produtor Gui Boratto. Sua força e talento continuam a inspirar gerações de artistas e fãs.

Missa de 7º dia de Rita Lee reuniu familiares, amigos e fãs
Rita Lee Jones de Carvalho com sua familia no sítio que o casal morou após de aposentar dos palcos em 2013 - [Foto:Arquivo de Família]

 

Nos últimos anos, Rita Lee optou por viver em um sítio no interior de São Paulo, ao lado de sua família. Sua presença pública mais recente foi em abril, quando acompanhou, de casa, a homenagem feita ao seu legado no programa "Altas Horas". O Brasil perdeu uma grande artista, mas seu legado permanece vivo e continuará a encantar o público por gerações.

1

Nosso querido Brasil
Descoberto por Cabral.
O país do futebol,
Do forró, do carnaval,
Com folclore, lendas, mitos,
Na tradição cultural.

2

É arretado e legal
Quando o país tem história.
Com um povo varonil
Mostrando sucesso e glória.
Criando algo importante,
Traçando uma trajetória.

3

Nós chamamos de memória
O que o povo conquistou.
Isto fica retratado
Nas ações que se criou.
E de pai passa pra filho
Tudo o que se registrou.

4

Mas esse Brasil formou
Outro saco de primores.
Com crendice, lendas,mitos,
E tradições de valores.
Que por aqui foi criado
Quando dos descobridores.

5

Tem histórias de horrores
De cortar o coração.
Tem continhos de trancozo
Que servem de gozação.
E tem causos,coisas mil
Fruto da imaginação.

6

Mas este belo torrão
Era,pois bem, habitado,
pelos índios e seus costumes.
Com um destino traçado.
Chamado de,erroneamente,
Povo não civilizado.

7

De repente,escravizado,
Com disciplinas horrendas,
Massacrado,humilhado,
Em suas ocas e tendas.
E pra assustar os perversos
Criaram mitos e lendas.

8

As ações eram horrendas
E índios usam de esperteza.
Sabiam que os intrusos
Com ganância e malvadeza
Iam matar fauna e flora
Judiar com a natureza.

9

Entre as ações de defesa
Vale citar uma agora.
Inventaram um ser supremo
Defensor da fauna e flora
Com o nome de curupira
Também chamado caipora.

10

Esse mito sem demora
Ganhou fama entre tribais.
Era o protetor das árvores,
da flora e dos animais,
também chamado caiçara,
vingativo até demais.

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Com pés voltados pra traz
Que fazia um rastro falso.
Pra despistar caçadores
Que viviam em seu encalço.
O demônio da floresta
Andava sempre descalço.

12

Curupira era um percalço
Deixava o povo perplexo.
Era anão com dentes verdes
Com cabelo desconexo.
No sexo ele era os dois.
Era o côncavo e o convexo.

13

Tudo parece sem nexo.
Uma feita um caçador
Usou uma soca-soca
Meteu chumbo com furor.
Deu estouro e ,de repente,
O chumbo virou uma flor.

14

Por ser um ser protetor
Da natureza e ser forte.
Pra defender animais
Ele luta e tem suporte.
Fica irado e furioso
Se a caçada é por esporte.

15

Na mata o seu transporte
É o amigo porco-espinho,
Chamado porco –do-mato,
Vai montado com jeitinho.
E dando seus assobios
Pra encurtar o caminho.

16

Um cachorro malandrinho
Correu atrás de um tatu
Caipora veio em defesa
Fez o maior sururu.
O cachorro apanhou tanto
Fugiu daquele rebu.

17

Uma coitada nambu
Tava chocando no ninho
um caçador apontou
a arma devagarinho.
A bicha deu catolé.
Caipora deu seu jeitinho.

18

Defensor do coitadinho
Que habita na floresta.
um rolo de fumo e pinga
aí caipora faz a festa.
Mas não mexa nos bichinhos.
Isto aí ela detesta.

19

Às vezes, lá na floresta,
caçador fica abismado.
Vê seu cachorro apanhando
Latindo bem do seu lado.
Olha e não enxerga nada.
Vai pra casa acabrunhado.

20

Ouve no mato fechado
Um tremendo zuadão.
Procura e não vê ninguém
Pensa que é assombração.
E, perna pra que te quero...!?
Voa que nem avião.

21

Vem calafrio,tensão.
Ele perde a estribeira.
Barulhos de todo lado.
Dá logo uma suadeira.
Curupira fica rindo.
Eita bicha presepeira.

22

Convém, de certa maneira,
Ao leitor esclarecer.
A origem da palavra
Para melhor entender
Nossa lenda ,nosso mito.
O que isto venha ser.

23

A formação quer dizer
Curu que é curumi
E pira por sendo corpo.
Assim sendo eu entendi
Ser um corpo de menino
Guri do mato em tupi..

24

Convém explicar aqui
Que não há explicação.
Falar que essa Lenda,mito
É pura imaginação.
Vá saber do camponês
Que vive lá no sertão.

25

Visagem,alucinação,
Bicho-de-sete-cabeça,
Papa-figo,lobisomem,
E mais coisa que apareça.
Nossos intelectuais
Não crêem que isto aconteça.

26

Balançam logo a cabeça.
Fazem mangofa da gente.
Era bom que o boi-tatá
Aparecesse de repente
E fizesse estripolias
Assim quase bem de frente.

27

Foi idéia inteligente,
Tanta astúcia nunca vi.
Criar um ser defensor
Da fauna e flora daqui.
Salve o saci-pererê,
Peri, paixão e Ceci.

28

Tudo o que eu escrevi
Desse ser espevitado.
Todo o povo brasileiro
Tem de cor e salteado.
Toda região tem seu
Caipora com seu legado.

29

É por isto, meu prezado,
Que eu imploro nesta hora.
Seja grande amante amigo
Dessa vasta fauna e flora
da nossa mãe-natureza
seja um defensor caipora.

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Termino dizendo agora
Faça caiporices tais.
Aceite as lendas e mitos,
As razões dos ancestrais.
Defenda com unhas, dentes,
As tradições culturais.

Poeta Rivamoura Teixeira

 

Poeta Rivamoura Teixeira - Caipora (curupira) 2011
Imagem da banda de pífanos - Marcelo Soares

 

 

O cantor Ed Motta falou ao vivo em seu canal do YouTube sobre o compositor Raul Seixas, falecido em 1989, aos 44 anos. O artista afirmou que o roqueiro baiano se opôs aos colegas e apoiou o sistema da gravadora, lembrando que o autor Paulo Coelho foi quem escreveu as letras de Raul.

"Raul Seixas teve um terrível defeito de caráter na vida: era funcionário de uma gravadora, ou seja, trabalhava com os colegas", começa Ed Motta. "Não tenho medo de falar contra o Raul Seixas, ele é um babaca*, é péssimo musicalmente e fala tudo", disse.

"Quem fez a melhor coisa que ele fez, e isso foi a palavra, foi o Paulo Coelho. Então esse cara é um idiota, é uma gravadora que fez alguns discos, entendeu? Aí vem a negada: 'canta Raul'. é isso, bicho? Uma pessoa desqualificada, foda-se!", acrescentou. Nas redes sociais, as falas de Ed Motta não foram bem recebidas pelos fãs.

Crítica dos fãs a Ed Motta 

Nas redes sociais, as falas de Ed Motta não foram bem recebidas pelos fãs. "Droga Edmota! Eu te amo, mas por favor me ajude... é difícil", declarou um usuário do Twitter. "O que aconteceu com a cabeça de Ed Motta, leve crítica a Raul Seixas?? Kkkkkkk", disse outro. "Ed Motta parece colunista de jornal que ninguém lê, apenas uma opinião vazia", ​​criticou outro.

Quem foi Raul Seixas?

Raul Seixas era sem caráter e um músico ruim pra caralho, dispara Ed Motta
Raul Seixa o "Maluco Beleza" morreu em 1989, fez história na música brasileira e até hoje a juventude pede "toca raul!", [Foto: Arquivo de Família]

 

Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 - São Paulo, 21 de agosto de 1989) foi um cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista brasileiro, frequentemente considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da CBS, durante sua estada na cidade do Rio de Janeiro e, por vezes, é chamado de Pai do Rock Brasileiro e Maluco Beleza. Sua obra musical é composta por dezessete discos lançados durante 26 anos de carreira. Seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como Let me Sing, Let me Sing. Seu álbum de estreia, Raulzito e os Panteras (1968) foi produzido quando integrava o grupo Raulzito e os Panteras.

Conheça toda a história do musico baiano aqui!

O novo Trailer mostra uma batalha entre Doutor Estranho, Homem-aranha e Wolverine.

A Marvel Studios brindou seus fãs com um novo trailer de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, o aguardado segundo filme solo do mago Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), deve escancarar as portas do Multiverso no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Em meio a maiores noções sobre as ameaças e alianças que aguardam o herói na nova aventura, dirigida por Sam Raimi (Homem-Aranha), a prévia trouxe diversos momentos que merecem atenção dos fãs.

A prévia abre com Strange sendo atormentado por sonhos apocalípticos que o trasportam para cenas de combate sanguinárias. Um deles o coloca em um mundo devastado, onde apenas parte do Sanctum Sanctorum resta de pé e o chão está coberto de ossos. Nessa realidade, uma grande escadaria se estende do antigo quartel-general de Strange até os céus, em um visual impressionante e assustador.

Assista o trailer do Doutor Estranho

Com direção de Raimi, das trilogias Evil Dead e Homem-Aranha, a sequência de Doutor Estranho chegará aos cinemas em 5 de maio de 2022.

História

O diretor e co-roteirista de Doutor Estranho, Scott Derrickson, tinha planos para uma sequência em outubro de 2016. Ele assinou para retornar como diretor em dezembro de 2018, quando foi confirmado o retorno de Cumberbatch. O título do filme foi anunciado em julho de 2019 junto com o envolvimento de Olsen, enquanto Bartlett foi contratada para escrever o filme em outubro. Derrickson deixou o cargo de diretor em janeiro de 2020, citando diferenças criativas. No mês seguinte, Waldron juntou-se ao projeto e Raimi assumiu como diretor em abril de 2020. As filmagens começaram em novembro de 2020 em Londres, mas foram suspensas em janeiro de 2021 devido à pandemia de COVID-19. A produção foi retomada em março de 2021 e concluída em meados de abril em Somerset. As filmagens também ocorreram em Surrey.

 

Do Hypeness - Todo grande fã dos The Beatles que se preze já ouviu falar ao menos no coletivo The Fool, que trabalhou com a banda no final dos anos 60. Pra quem não é beatlemaniaco e não sabe recitar cada detalhe de cada página da história da maior banda de todos os tempos, o grupo de artistas e designers holandeses é um dos grandes responsáveis pelas cores explosivas e misturadas, as formas e temas que marcaram a psicodelia da época. Entre batas coloridas, sobreposição de cores e tecidos, estrelas, planetas e temas místicos, o The Fool foi pioneiro ao desenhar, colorir e decolar a estética que tanto marcou e influenciou o final da década de 60 em um dos mais emblemáticos momentos do século XX.

Leia também: Há 52 anos, os Beatles faziam seu último show no topo do prédio da sua gravadora Apple Records

O nome The Fool veio da carta de tarô “O Louco”, e o grupo foi criado originalmente pelos artistas holandeses Simon Posthuma e Marijke Koger como uma dupla de estilistas assinando roupas e obras de arte. O grupo foi descoberto enquanto vivia em Ibiza em uma reportagem para o jornal The Times em 1967 mostrando suas roupas coloridas e criações. As cores e formas eram tão radicalmente diferentes da forma de se vestir dos jovens de então, que reza a lenda que no dia seguinte da reportagem o The Fool era o assunto entre a juventude de Londres – e naturalmente também chamou a atenção dos Beatles como líderes da geração.

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
Barry e Marijke recebem John Lennon em Londres em 1967

 

A parceria com os Beatles começou através do empresário da banda, Brian Epstein, que inicialmente contratou o grupo para desenhar as filipetas e pôsteres de divulgação, até que um dia, John Lennon e Paul McCartney apareceram sem aviso prévio no apartamento de Marijke em Londres: ela leu o tarô para os dois, e reza a lenda que foi de tal evento que Paul tirou a inspiração para escrever a clássica canção “The Fool on the Hill”. A arte do The Fool impressionou a dupla, que não teve dúvidas em contratar o grupo para criar o figurino das duas filmagens que a banda viria a fazer: a apresentação da música “All You Need is Love” na primeira transmissão via satélite ao vivo para todo o mundo – assistida por mais de 700 milhões de pessoas em 25 de junho de 1967 – e o filme Magical Mistery Tour.

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
Os Beatles vestindo figurinos criados pelo grupo no vídeo de “I Am The Walrus”, em cena do filme Magical Mistery Tour

 

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
A banda vestindo The Fool apresentando “All You Need is Love”

 

Apple Boutique

A grande criação do The Fool em parceria com os Beatles, porém, foi a Apple Boutique, uma loja que vendia roupas e acessórios psicodélicos para a juventude londrina – e que se anunciava com impacto desde sua inauguração, em dezembro de 1967, não só por ter os Beatles como proprietários, mas também por um imenso mural colorido e que cobria todo o prédio 94 da Baker Street. E o The Fool assinava a criação de tudo, desde a decoração e mural, até as roupas e acessórios que moveram multidões ao local.

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
O mural criado para a Apple Boutique, que teve de ser pintado de branco pouco após a inauguração

 

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
Os artistas do grupo dentro da Apple Boutique

 

O sonho de “um lugar lindo onde pessoas lindas podem comprar coisas lindas”, como definiu McCartney, durou pouco: pouco tempos depois da abertura o mural teve de ser pintado por ordem da prefeitura de Londres, as peças eram muito caras para serem feitas, os roubos de roupas e acessórios eram constantes, o caos era quem cuidava das finanças e da administração do negócio, e a Apple Boutique fechou em julho de 1968.  A parceria, porém, seguiu, e o grupo desenvolveu diversas peças imortais para os Beatles: pinturas nos pianos de John e Paul, em um carro de George Harrison, assim como a arte do envelope interno do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
George Harrison com seu carro pintado pelo The Fool

 

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
A lareira na casa de Harrison também foi estilizada pelo grupo

 

O grupo não trabalhou somente com os Beatles, tendo criado figurinos para a banda The Hollies, assim como a capa do disco Evolution, figurinos de show para o Procol Harum, assim como figurinos e desenhos especiais para os instrumentos da lendária banda Cream: a guitarra de Eric Clapton, o baixo de Jack Bruce e a bateria de Giger baker foram pintadas com as cores e a estética do grupo para a turnê de 1967, e muito mais.

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
Eric Clapton, à época do Cream, com sua Gibson SG também estilizada

 

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
Mural na parte exterior do teatro Aquarius

 

O The Fool ainda lançaria um disco próprio. e realizaria, em Los Angeles, o maior mural do mundo até então, na parte exterior do teatro Aquarius para uma montagem da peça Hair, em 1968. Em seguida o grupo se separaria e cada um tomaria o próprio rumo: Marijke até hoje vive em Los Angeles, pintando e criando, como uma artistas e designer que ajudou a dar cor e cara à década de 60 como um dos períodos mais transformadores da cultura recente.

The Fool: o coletivo de artistas que levou os Beatles a psicodelia
Marijke Koger em foto tirada por Linda McCartney

 

Os Beatles foi aquele momento na história que veio para eternizar a atitude, ousadia e vida da juventude.

 

Texto: Vitor Paiva
Fotos: Messy Nessy/reprodução

Há 42 anos, em 30 de novembro de 1979, o Pink Floyd lançava a ópera rock The Wall, seu 11° álbum de estúdio e último com a formação clássica da banda.

Seguindo a tendência dos três discos de estúdio anteriores da banda, The Wall é um álbum conceitual, tratando de temas como abandono e isolamento pessoal. O trabalho, no entanto, apresenta um estilo mais duro e teatral do que os lançamentos anteriores, resultado do domínio quase total do baixista Roger Waters sobre a direção criativa do Pink Floyd: lançado como álbum duplo, todas as suas 26 faixas são assinadas pelo músico, que ainda canta em todas - com participações pontuais do guitarrista David Gilmour nos vocais e na co-autoria de algumas canções.

O tecladista Richard Wright, por sua vez, enfrentava uma crise conjugal, agravada por seu problema com drogas, e não contribuía substancialmente com composições do grupo desde Wish You Were Here (1975). Decepcionado pela ausência de colaborações de Rick com o Pink Floyd, Waters expulsou-o da banda durante a produção de The Wall. O tecladista, entretanto, continuou envolvido na gravação do álbum e na posterior turnê promocional do trabalho como um músico pago. The Wall, portanto, foi o último trabalho do Pink Floyd a contar com a participação do quarteto formado por Waters, Wright, Gilmour e Nick Mason.

A ideia por trás de The Wall foi concebida, inicialmente, durante a turnê In The Flesh, em 1977, quando a frustração do baixista e letrista Roger Waters para com seus espectadores tornou-se tão aguda que ele se imaginou construindo um muro entre o palco e o público. O resultado em The Wall é em uma ópera rock centrada em Pink, um personagem fictício baseado em Waters -- seus medos, traumas, além de algumas características de Syd Barrett. As experiências de vida de Pink começam com a perda de seu pai durante a Segunda Guerra Mundial, e continuam com a ridicularização e o abuso de seus professores, com sua mãe superprotetora e, finalmente, com o fim de seu casamento. Tudo isso contribui para uma auto-imposta isolação da sociedade, representada por um muro metafórico.

A capa é uma das mais simples do Pink Floyd. Contém uma parede de tijolos brancos e nenhum texto. Waters tinha deixado de falar com o designer da Hipgnosis, Storm Thorgerson, alguns anos antes, quando tinha incluído a capa de Animals (1977) em seu livro Walk Away Rene, e The Wall é, portanto, a primeira capa de álbum do Pink Floyd desde The Piper At The Gates Of Dawn (1967) a não ser criada pela agência. Alguns lançamentos incluiriam o famoso letreiro manuscrito do nome da banda e título do álbum pelo cartunista Gerald Scarfe.

Shows da turnê do The Wall

Durante cada show da The Wall Tour, um muro de doze metros de tijolos de cartolina era gradualmente construído entre a banda e o público. Lacunas permitiram que os espectadores vissem várias cenas na história, como animações feitas por Scarfe sendo projetadas nas partes concluídas do muro. Vários personagens da história foram feitos como insufláveis gigantes, incluindo um porco, devidamente equipado com um logotipo composto por martelos cruzados.

Na ocasião de seu lançamento, The Wall dividiu a crítica e preocupou os executivos da gravadora, temendo pelo fracasso de um álbum duplo. O trabalho, no entanto, provou-se um enorme sucesso comercial, atingindo o topo das paradas da Alemanha, Austrália, Áustria, Nova Zelândia, Noruega, Países Baixos, Suécia e Estados Unidos -- permanecendo no #1 da Billboard por 15 semanas --, além do #3 no Reino Unido. O single "Another Brick In The Wall (Part. 2)" também esteve em várias paradas ao redor do mundo.

The Wall é um dos álbuns conceituais mais conhecidos da música e é o segundo disco mais vendido do Pink Floyd, vendendo mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo -- atrás apenas de Dark Side Of The Moon (1973), com cerca de 50 milhões de unidades vendidas.

 

Fonte: Ummagumma Brasil