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Política

Congresso Nacional: inimigo do povo brasileiro?

4 min leitura

As críticas ao Congresso Nacional nunca estiveram tão intensas. Nos últimos meses, o tema se transformou em um verdadeiro fenômeno nas redes sociais. Segundo um levantamento do analista Pedro Barciela, publicado pelo ICL, as menções a deputados e senadores saltaram de 2,2 milhões em abril para 3 milhões antes mesmo de junho acabar.

O dado que mais chama atenção, no entanto, é o teor dessas mensagens: nada menos que 92% são negativas. Isso mesmo! Uma onda massiva de indignação que, claramente, reflete o desgaste crescente da imagem do Legislativo perante a população.

Mas afinal, por que tanta revolta? O que está por trás dessa rejeição quase unânime? Para entender melhor, é preciso mergulhar nos últimos acontecimentos políticos e observar o comportamento do Congresso nos bastidores e diante da opinião pública.

Medidas impopulares e gastos abusivos

Um dos principais fatores que explicam essa insatisfação é o apoio a medidas extremamente impopulares. Um exemplo claro foi a derrubada do veto presidencial, que acabou resultando em um aumento significativo na conta de luz de milhões de brasileiros. Só esse episódio já foi responsável por 34% das menções negativas ao Congresso nas redes sociais.

Além disso, a população tem demonstrado grande irritação com o crescimento do número de deputados e os custos públicos associados a isso. Para se ter ideia, 23% das críticas se concentram exatamente nessa expansão e no impacto direto no bolso do cidadão.

Esses fatos mostram que o Congresso, em vez de defender os interesses do povo, tem sido visto como um órgão que prioriza privilégios e favorecimentos próprios. E, para muitos, essa postura não poderia ser mais frustrante.

A narrativa do “inimigo do povo”

Outro elemento que alimenta a raiva popular é a narrativa cada vez mais presente de que o Congresso Nacional se tornou o “inimigo do povo brasileiro”. E não se trata apenas de uma frase de efeito: ela vem carregada de um sentimento coletivo de traição e descaso.

Segundo Barciela, essa percepção se fortaleceu devido à atuação do Legislativo, muitas vezes interpretada como uma série de chantagens políticas contra o Executivo. Para muitos cidadãos, o Congresso parece mais interessado em barganhar cargos, verbas ou benefícios do que em aprovar medidas que realmente beneficiem a sociedade.

Quando a população começa a sentir no bolso — e também no cotidiano — as consequências dessas decisões, a paciência se esgota. Por isso, não é surpresa ver as redes sociais explodirem em críticas cada vez mais duras.

Críticas vindas de todos os lados

Um ponto curioso, mas muito importante, é que as críticas ao Congresso Nacional não são exclusivas de um único grupo político. Pelo contrário! Elas vêm de todos os lados do espectro ideológico.

Setores historicamente contrários ao bolsonarismo, por exemplo, também têm se mostrado profundamente insatisfeitos com a postura do Legislativo. Ao mesmo tempo, até mesmo grupos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro vêm criticando duramente o Congresso.

Essa pluralidade de vozes insatisfeitas indica que o problema não é apenas uma questão de governo ou oposição. Ele é, antes de tudo, uma questão de representatividade e confiança pública.

O caso do IOF: mais um combustível para a revolta

Além dos temas já mencionados, outra decisão que gerou forte reação negativa foi a derrubada do decreto do IOF, que aconteceu no fim de maio. Embora esse assunto tenha ficado em segundo plano nas redes, ainda assim alimentou a narrativa de que o Congresso atua em benefício próprio e contra os interesses da população.

O aumento ou a manutenção de impostos, especialmente em um contexto econômico difícil, é sempre um tema sensível. Quando a população sente que paga mais e recebe menos em troca, a sensação de abandono cresce exponencialmente.

O futuro do Congresso e a confiança do povo

Diante de todo esse cenário, fica o questionamento: como o Congresso Nacional poderá recuperar a confiança do povo?

É claro que, para muitos parlamentares, a resposta passa pela transparência, pela redução de privilégios e pelo foco em políticas que realmente atendam às necessidades da população. No entanto, enquanto a percepção de distanciamento e insensibilidade persistir, será difícil reverter a imagem negativa que se espalha cada vez mais rápido nas redes.

Além disso, é importante lembrar que redes sociais são hoje um termômetro imediato do humor popular. E, por mais que alguns tentem ignorar ou minimizar a força dessas manifestações, elas têm um impacto real na reputação de qualquer instituição.

Congresso Nacional: entre a rejeição e a oportunidade de mudança

Embora a rejeição ao Congresso Nacional esteja em níveis altíssimos, também existe uma oportunidade clara de mudança. Se os parlamentares conseguirem entender o recado da população e adotarem medidas mais alinhadas com o interesse público, é possível reconstruir pontes e reduzir a tensão.

Por outro lado, se continuarem seguindo uma agenda que prioriza interesses próprios e alianças questionáveis, a crise de confiança tende a se aprofundar. E, nesse cenário, o Congresso continuará sendo visto como o “inimigo do povo”, um rótulo difícil de reverter e que pode impactar futuras eleições.

Enquanto isso, a sociedade segue vigilante. As pessoas estão cada vez mais informadas, conectadas e dispostas a cobrar atitudes coerentes de seus representantes. Se antes as críticas ficavam restritas a conversas em rodas de amigos ou debates locais, hoje elas ganham força global em poucos minutos, alcançando milhões de pessoas.

Por isso, é fundamental que o Congresso Nacional encare essas críticas não apenas como ataques, mas como alertas valiosos. Afinal, em uma democracia, o poder emana do povo — e o povo já deixou claro que não aceita mais ser ignorado.

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